Cerca de 200 moradores do bairro Industrial reúnem-se em sessão comunitária
04/12/2013 – Cerca de 200 pessoas
participaram da sessão comunitária realizada no salão paroquial da
Igreja Sagrado Coração de Jesus, localizada no bairro Santo Afonso, na
noite desta quarta-feira, 4. A reunião, cujo tema principal foram as
enchentes de agosto, foi solicitada por moradores do bairro Industrial,
através de Denari Kegler Wagner.
Estavam presentes o
presidente da Câmara, Antonio Lucas (PDT) e os vereadores Professor
Issur Koch (PP), Sergio Hanich (PMDB), Cristiano Coller (PDT), Jorge
Tatsch (PPS) e Roger Corrêa (PCdoB), além do secretário de Obras,
Ênio Brizola.
Reivindicações da
comunidade
Denari pediu que os
alagamentos sejam resolvidos com urgência. “Os moradores querem
ter suas casas protegidas para poder comprar seus pertences perdidos
nas águas.” Além disse, ela pediu mais segurança, ponte sobre o
arroio Luiz Rau, na rua Marechal Deodoro, limpeza em bocas de lobo,
melhorias na praça entre as ruas Lopes Trovão e Santa Rita, troca
dos canos das ruas e fim da proibição de venda de rosas nas
sinaleiras.
Claudir Lapazzine disse
que o Poder Executivo havia prometido fechar o valão, o que ainda
não foi feito. Jonathas Xavier também falou sobre as enchentes.
“Tem gente que trabalha muito e, em apenas um dia, perde tudo. É
muito triste. E por que com a vinda do trem este problema se
intensificou?” Ele reiterou o pedido de revitalização na praça.
João Lucas salientou
que não apenas o excesso de água prejudica os moradores – o pó
também, pois a rua Augusta Pestana ainda não está toda asfaltada.
Justino Triches apontou que as obras do arroio Gauchinho ainda não
foram concluídas. “Está uma vergonha, o arroio está virado num
lixão.”
Carmen Silveira
perguntou porque a rua Ana Néri está sempre alagada. “Por que
estamos largados às traças? Estou muito indignada com tudo isso.”
William Rodrigues contou que mora há 28 anos no bairro e nunca havia
visto enchentes tão catastróficas como as que estão acontecendo
agora. “Será que foi feito o planejamento certo para as obras do
trem? Se amanhã der uma chuva forte, aqui vai alagar de novo.” Ele
também disse que há pouco policiamento nas ruas.
Neiva Teresinha disse
que foi na Prefeitura e na Trensurb mas não teve respostas.
“Qualquer chuvinha agora enche as casas. Quem é o responsável?
Nós queremos resultado, e não empurra-empurra.” Ela sugeriu ainda
que, após catástrofes desses tipo, seja disponibilizada uma caçamba
para recolher os móveis estragados.
Carlos Azambuja pediu
que os vereadores e o Poder Executivo prestem atenção aos problemas
do bairro e destacou a importância da mobilização da comunidade.
Rosane Marques de Matos contou que perdeu tudo com as últimas
enchentes. “Não tenho mais nenhum móvel em casa. E querem que eu
doe uma parte do meu terreno para a avenida Nações Unidas. Eu não
vou doar.” Ela apontou que é técnica de enfermagem e que, no
posto em que trabalha, faltam fichas para atender à demanda da
população. “Ainda falta segurança.” Por fim, Vilmar Lima pediu
sinalização e quebra-molas na rua Guia Lopes.
Ações para coibir
as enchentes
O secretário de Obras,
Ênio Brizola, respondeu a vários questionamentos. Segundo ele, o
asfaltamento da Augusto Pestana deve ser feito em breve. Sobre o
arroio Gauchinho, frisou que as verbas estão com a prefeitura de São
Leopoldo. “Cabe a nós cobrar.” Brizola disse ainda que é
preciso que toda a comunidade de una para combater a epidemia de
drogas e, assim, melhoras a segurança – e que as melhorias na
praça devem entrar na programação da secretaria.
Por fim, o secretário
ponderou que as chuvas recentes foram muito fortes e que, com as
obras do metrô, a vazão foi prejudicada. Entre as ações que devem
amenizar o problema estão o alargamento do arroio Luiz Rau, a
intervenção na ponte na rua Manágua para que sejam removidos
obstáculos e a construção de uma micro casa de bombas na ponte da
rua Pinheiro Machado.
O diretor do
Departamento de Esgotos, Jorge Koch, explicou que, após as enchentes
de agosto, foi feito um estudo que mostrou a necessidade de se
construir uma casa de bombas, para que a água do arroio Luiz Rau não
atinja mais as casas.
Denari perguntou sobre
os prazos para a realização dessas melhorias. “Quando que a gente
vai poder comprar um móvel novo e ir trabalhar tranquilo?” Brizola
disse que a obra da ponte da Manágua já está em andamento e deve
levar uns 20 dias. Já a micro casa de bombas deve demorar mais.
“Dependemos de um processo de licitação. Até o dia 15, é
encerramento do ano fiscal. Só poderemos começar na segunda
quinzena de janeiro.”
Falas dos vereadores
Issur explicou que há
dois poderes num município: o Executivo, que tem “a chave do
cofre” e pode fazer as obras; e o Legislativo, que fiscaliza o
Executivo e cobra as melhorias necessárias. “Mas quanto mais gente
pressionar para que os projetos saiam do papel, melhor.” Serjão
também falou sobre a importância da pressão popular, e afirmou que
irá fiscalizar onde estão os colchões e lençóis que deveriam ter
sido distribuídos aos afetados pelas cheias.
Coller explicou que os
vereadores não podem fazer nada sozinhos, mas dependem do Executivo
para que as obras necessárias saiam do papel. Ele pediu ainda que
todos os moradores ajudem a manter as ruas limpas, para não entupir
as bocas de lobo.
Roger salientou que os
vereadores estão trabalhando para solucionar os problemas
enfrentados pelos moradores do bairro. “As enchentes são um
problema histórico, mas isso não significa que temos que ficar
parado. Temos que buscar informações com técnicos.” E lembrou
que foi aprovado na Câmara um projeto que isenta as pessoas
atingidas pelas cheias do pagamento do IPTU.
Tatsch também destacou
a importância de se manter as ruas limpas para evitar enchentes. “Da
casa de bombas foram retirados uns quatro caminhões de lixo. Isso
prejudica o nosso bairro.” Lucas disse que providenciará DVDs da
sessão para que as pessoas que não puderam comparecer saibam o que
foi tratado na reunião. Ele frisou que a Câmara está sempre a
berta a todos que querem levar suas reivindicações.
Abaixo-assinado
No fim da sessão,
Denari entregou a Lucas um abaixo-assinado pedindo que o bairro
receba as melhorias necessárias. “Queremos tranquilidade para sair
de casa todos os dias.”